Zumbi é uma metáfora para a vida.
E pelo visto In The Flesh é a primeira produção a trazer um zumbi reabilitado.
Até o momento sabemos que os portadores da síndrome do falecimento parcial
(SFP) não se alimentam, possuem a memória de antes da morte, tem sentimentos,
moral e ética. São seres com comportamento “normal”, exceto por algumas poucas características.
Nesse segundo episódio Rick,
filho de Bill, aparentemente líder da força voluntariada de humanos (FVH), volta.
Rick estava lutando pelo exército e foi atingido por uma explosão que causou
sua morte. Ao voltar pra casa, os pais de Rick aparentam estar em estado de
negação sobre o filho ser um morto-vivo, algo que Bill é contra. O drama do
episódio fica por conta de Kieren e Rick, que se eu entendi bem, tinham um
relacionamento amoroso secreto antes do apocalipse (A Ascensão).
Com a ida de Rick para o
exército, Kieren ficou bolado e resolveu cortar os pulsos. Assim tomamos conhecimento de como Kieren
morreu. Kieren foi enterrado, mas seu
caixão não estava embaixo de sete palmos de terra. Pelos flashbacks descobrimos
que certo dia Kieren acordou dentro do caixão, já como zumbi, e saiu de lá,
tipo Betrix Kiddo, exceto pela quantidade de terra por cima do caixão. Junto
com Kieren, levantou uma galera de mortos muito loucos. Aí fica a dúvida em
como, e porque, Kieren voltou à vida. Seria o mesmo vírus de The Walking Dead?
Todos já estavam infectados? Quando saí o prelúdio da série? Estarei
aguardando...
Mas falemos de Rick, que foi peça
importante do episódio. Rick já vivia
uma vida falsa antes do apocalipse, agora depois do mesmo, continua vivendo a
mesma mentira, só que dessa vez com mais vômito. Minha revolta fica por conta
de Bill e dos demais cidadãos conservadores de Roarton, que são hipócritas do
mais alto nível. Até quando vai durar essa negação dos conservadores? Dá pra
perceber que algumas atitudes como, “área reservada para portadores de SFP”,
mudam lentamente, em relação à aceitação dos portadores perante a comunidade
não portadora.
Acredito que um ponto alto do
episódio foi o comportamento dos zumbis que moravam na caverna, no meio da
floresta. Eles têm, ao menos, a consciência de sobrevivência, algo comum a qualquer
criatura viva. Logo, eles atacam para se alimentar. Será que o ataque também
pode ser por defesa? Fica a dúvida.
A transmissão da síndrome. O
boato era que em 20 segundos você iria se transformar, caso fosse mordido. O
que não aconteceu. Sendo assim, como a síndrome é transmitida? O boato dos 20
segundo era verdade? E aqueles que já estavam mortos e voltaram à vida, como
Kieren? O que os trouxe de volta? O vírus do The Walking Dead parece à resposta
mais razoável a estas dúvidas... O Globo Repórter está perdendo uma puta
oportunidade de fazer um programa especial sobre zumbis, afinal, zumbi está na
moda.
Porque matar um zumbi se você
pode ganhar uma grana boa entregando-os para o governo? Porque matar um zumbi
se você pode mandá-lo para a rehab e devolver a sua antiga vida? Eu entendo sua
posição, Bill, em temer uma recaída dos zumbis e um novo apocalipse. Entendo
sua preocupação, Bill, em temer que o remédio que trata os zumbis acabe. Mas,
Bill, você está cego de preocupação, seu lado humano parece que deixou de
existir. Ah, antes de ir, seu filho é um morto-vivo, Bill, deal with it, bitch.
Por fim, In The Flesh não é sobre
a ciência dos zumbis, mas sim (e como muitas vezes são as produções do gênero
zumbi), sobre os humanos. Meu desejo é que um dia vejamos algo sob a
perspectiva de um laboratório, seja buscando pela cura, transmissão, causa, desenvolvimento,
fisiologia, ou origem, da síndrome, vírus, bactéria, ou protozoário, que faz
uma pessoa virar um zumbi.
P.S.: O Kieren, “alimentando-se”, é
bem babaca.
P.S.: Esqueci de mencionar no post sobre o piloto... O sobrenome de Kieren, Walker, tem a intenção de dar a entender algo?
Sobre o piloto de In The Flesh
Sobre o piloto de In The Flesh