quarta-feira, 27 de março de 2013

Sobre In The Flesh - 01x02



Zumbi é uma metáfora para a vida. E pelo visto In The Flesh é a primeira produção a trazer um zumbi reabilitado. Até o momento sabemos que os portadores da síndrome do falecimento parcial (SFP) não se alimentam, possuem a memória de antes da morte, tem sentimentos, moral e ética. São seres com comportamento “normal”, exceto por algumas poucas características.

Nesse segundo episódio Rick, filho de Bill, aparentemente líder da força voluntariada de humanos (FVH), volta. Rick estava lutando pelo exército e foi atingido por uma explosão que causou sua morte. Ao voltar pra casa, os pais de Rick aparentam estar em estado de negação sobre o filho ser um morto-vivo, algo que Bill é contra. O drama do episódio fica por conta de Kieren e Rick, que se eu entendi bem, tinham um relacionamento amoroso secreto antes do apocalipse (A Ascensão).


Com a ida de Rick para o exército, Kieren ficou bolado e resolveu cortar os pulsos.  Assim tomamos conhecimento de como Kieren morreu.  Kieren foi enterrado, mas seu caixão não estava embaixo de sete palmos de terra. Pelos flashbacks descobrimos que certo dia Kieren acordou dentro do caixão, já como zumbi, e saiu de lá, tipo Betrix Kiddo, exceto pela quantidade de terra por cima do caixão. Junto com Kieren, levantou uma galera de mortos muito loucos. Aí fica a dúvida em como, e porque, Kieren voltou à vida. Seria o mesmo vírus de The Walking Dead? Todos já estavam infectados? Quando saí o prelúdio da série? Estarei aguardando...

Mas falemos de Rick, que foi peça importante do episódio.  Rick já vivia uma vida falsa antes do apocalipse, agora depois do mesmo, continua vivendo a mesma mentira, só que dessa vez com mais vômito. Minha revolta fica por conta de Bill e dos demais cidadãos conservadores de Roarton, que são hipócritas do mais alto nível. Até quando vai durar essa negação dos conservadores? Dá pra perceber que algumas atitudes como, “área reservada para portadores de SFP”, mudam lentamente, em relação à aceitação dos portadores perante a comunidade não portadora.

Acredito que um ponto alto do episódio foi o comportamento dos zumbis que moravam na caverna, no meio da floresta. Eles têm, ao menos, a consciência de sobrevivência, algo comum a qualquer criatura viva. Logo, eles atacam para se alimentar. Será que o ataque também pode ser por defesa? Fica a dúvida.

A transmissão da síndrome. O boato era que em 20 segundos você iria se transformar, caso fosse mordido. O que não aconteceu. Sendo assim, como a síndrome é transmitida? O boato dos 20 segundo era verdade? E aqueles que já estavam mortos e voltaram à vida, como Kieren? O que os trouxe de volta? O vírus do The Walking Dead parece à resposta mais razoável a estas dúvidas... O Globo Repórter está perdendo uma puta oportunidade de fazer um programa especial sobre zumbis, afinal, zumbi está na moda.

Porque matar um zumbi se você pode ganhar uma grana boa entregando-os para o governo? Porque matar um zumbi se você pode mandá-lo para a rehab e devolver a sua antiga vida? Eu entendo sua posição, Bill, em temer uma recaída dos zumbis e um novo apocalipse. Entendo sua preocupação, Bill, em temer que o remédio que trata os zumbis acabe. Mas, Bill, você está cego de preocupação, seu lado humano parece que deixou de existir. Ah, antes de ir, seu filho é um morto-vivo, Bill, deal with it, bitch.

Por fim, In The Flesh não é sobre a ciência dos zumbis, mas sim (e como muitas vezes são as produções do gênero zumbi), sobre os humanos. Meu desejo é que um dia vejamos algo sob a perspectiva de um laboratório, seja buscando pela cura, transmissão, causa, desenvolvimento, fisiologia, ou origem, da síndrome, vírus, bactéria, ou protozoário, que faz uma pessoa virar um zumbi.

P.S.: O Kieren, “alimentando-se”, é bem babaca. 

P.S.: Esqueci de mencionar no post sobre o piloto... O sobrenome de Kieren, Walker, tem a intenção de dar a entender algo?

Sobre o piloto de In The Flesh