Só eu pensei em uma piada pesada que você não diz em público? |
Gostei do drama que Kieren e os portadores
da Síndrome do Falecimento Parcial passarão em sua volta ao convívio em uma
sociedade não portadora. O julgamento que os não portadores da cidadezinha de
Roarton possuem é compreensível, mas muito extremo. Foi em Roarton que surgiu o
FVH, sigla para Força Voluntariada de Humanos, uma espécie de grupo de
sobreviventes que defenderam a comunidade de Roarton nos tempos da Ascensão. Se
eu entendi bem, Ascensão foi o nome dado ao acontecimento dos mortos vivos.
O medo dos não portadores é
compreensivo, já que a cura dos portadores da SFP não é efetiva, assim, se não
medicado diariamente, o portador da SFP voltará a atacar. Mas, imagine a
seguinte situação. Você e uma pessoa (da qual você gosta muito) estão em um AZ
(Apocalipse Zumbi). A pessoa é infectada (sabe-se lá como). Você a mataria ou administraria
um tratamento eterno? Acredito que você faria a segunda opção, uma vez que o
tratamento é efetivo.
Isso faz com que uma cena
presente (composta por um hipócrita, mas que dá pra compreender) nos minutos
finais do episódio doa no coração de todos aqueles que sabem o que é gostar de
alguém, e que em nenhuma hipótese gostaria de perder esse alguém. E acredito
que é nessa cena que a série mostra a que veio. Sabe aquele nó na garganta,
DAQUELA cena do fantástico/angustiante filme Amour? Pois então, ele voltou.
A questão é que os não portadores
parecem não entender que os portadores do SFP só atacavam porque estavam
sofrendo da SFP, nenhum portador escolheu ser portador, até onde sabemos da
história. Precisamos saber se a síndrome é adquirida voluntariamente ou não.
Sem ter conhecimento disso fica difícil matar um portador que está em
tratamento e quem não tem vontade alguma de fazer mal a outra pessoa.
Mas esse medicamento durará pra
sempre? A resposta TERIA que ser sim, pois do contrário a merda ia bater no
ventilador novamente, e ninguém quer que isso aconteça novamente.
Achei extremamente interessante o
porte de armas algo totalmente comum. Quem não tiver um pedaço de madeira com
pregos na ponta, ou uma serra elétrica, ou talvez uma magnum, deve ser o cara
mais noob do universo, até a sua avó teria um facão.
O que dizer então da perspectiva
religiosa? Um dos reverendos/padre/pastor/whatever se sente o “pica dos deuses”...
O que dizer então do governo? Coisa de primeiro mundo aquela rehab. Pare e imagine
se haveria um rehab de zumbis aqui no Brasil. Conseguiu? Difícil, certo? Ia ter
no máximo uma “bolsa whatever”. Quero ver na copa... Mas falando sério agora.
Seria algo extremamente “humano” reabilitar os portadores. Você consegue ver um
paralelo com os usuários de drogas e ex-presos? Pois é, ta aí sua reflexão do
dia.
Voltando a “nova porta, do meu
quarto da imaginação, se abre” gostaria de acrescentar que a principio achei a
ideia estranha, tipo Warm Bodies (na questão de voltar ao normal), que ainda não assisti. E volto a dizer que
estou muito contente com o piloto. Tem drama? Sim. Esse drama é bom? Sim.
Convence? Sim, basta abrir a sua mente. Por fim, o final possui um gancho
excelente, onde a hipocrisia é algo latente. Um bom drama, eu recomendo.
P.S.: Já posso dizer que estou
ansioso por um prelúdio detalhado da Ascensão?
P.S.: Eu ri quando ouvi “parcialmente
morto”.