quinta-feira, 22 de maio de 2014

Sobre X-Men: Days of Future Past

CONTÉM SPOILERS

Neste momento em que escrevo, grupos fantásticos, um ser espetacular, pessoa de ferro, aço ou em busca de vingança, me parecem pequenos, comparados ao meu êxtase durante todo o filme.

Se antes haviam muitas dúvidas no meu top 3 de franquias, hoje elas são bem menores. Planeta dos Macacos, Harry Poter, e... X-Men. Fui aos cinemas, com uma ansiedade considerável, não maior que a de ver o novo filme do Planeta dos Macacos. Cada vez que me pego pensando sobre o elenco de X-Men: DoFP, fico maravilhado por poder presenciar esse evento acontecendo. Cresci com alguns, e amadureci com os outros. Grandes nomes que fazem, e ainda farão muito mais sucesso. Michael Fassbender, Peter Dinklage e Jennifer Lawrence. Quero sempre mais e mais de vocês. Aos outros, o desejo não é menor.

Essa reunião já era empolgante, e pra aumentar a empolgação eles me jogam um plot de viagem no tempo! Vale citar que esse elemento esse que está presente nas franquias citadas anteriormente. Um tendência da minha personalidade.

Então... Temos duas linhas temporais. Uma no futuro, onde ocorre uma caça aos mutantes por sentinelas aterrorizadoras e violentas, e outra nos anos 70 com Wolverine sendo o responsável por dar início a ação que pode evitar o futuro fatal aos mutantes.

A primeira sequência de ação passada no futuro é uma das experiências mais intensas que já vivi dentro de uma sala de cinema. Sofrer por personagens conhecidos e por aqueles que você mal acabou de conhecer, a mim só parece possível se a conexão do indivíduo com aquele universo for muito intensa e forte. Hoje descobri que gosto mais do universo cinematográfico dos X-Men do que eu tinha consciência. Essa primeira sequência não deixa a desejar em nenhum aspecto. Você entende tudo o que acontece, de uma forma belamente organizada e dinâmica, devido a interação dos heróis. Minha tensão, engrandecida por minha conexão, me fazia temer e torcer por aqueles que mal acabei de conhecer mais já considero pacas. A cena ficou rebobinando e tocando em replay durante boa parte da trama. Quase tive que desenvolver um novo eu, para acompanhar o filme em tempo real. Vale mencionar que essa cena foi divulgada pelo marketing, e que quando vi pela internet senti boa parte das emoções que, no cinema, foram amplificadas pela maior duração da cena e do ambiente.

O sentimento de torcer e temer não foi apenas para essa cena. Por mais que eu soubesse, devido a certa previsibilidade do roteiro e da franquia, em nenhum momento relaxei pensando que eles não iriam morrer, por causa disso ou daquilo. A cada morte eu senti uma perda, um impacto, uma tristeza. Imergi tanto naquele universo que os mínimos reflexos também refletiam em mim. Esse medo de perder, de ver sofrer, aplica-se ao “mundo real”. Atores como Ian e Patrick, que tanto admiro por seus papéis nos filmes, pois pouco conheço de seus outros trabalhos, são como pessoas próximas e queridas. Um dia eles deixarão de participar da franquia, e quero que esse dia demore muito, pois quando eles deixarem, em cena, ou fora dela, meus olhos ficarão mais marejados do que ficaram durante esta sessão. A conexão estava forte. Não sei como me sinto a respeito da digitalização dos atores. O desapego, com eterno carinho e gratidão, é uma virtude.

Este post está emotivo... E já aviso que deve continuar... Esteja ciente.

Então eles decidem enviar o Wolverine, garoto propaganda da franquia, para o passado afim de evitar que a Mística matasse o Bolivar Trask. Incialmente esse era o plano, mas com a reabilitação do jovem Charles, o mesmo volta a aplicar sua política de não-violência. Através de campanha viral de marketing, o atendado ao presidente JFK foi causado por Magneto. Assim, o mesmo é mantido sobre prisão perpétua e de máxima segurança. Charles e Erick são os melhores elementos para mudar o comportamento de Mística, que motivada pelos estudos e assassinatos cometidos com mutantes, decide eliminar todos os envolvidos na morte de mutantes com que ela conviveu.

O master mind desses estudos, Bolivar Trask, tem motivações bem interessantes. Para ele, os mutantes irão ameaçar os humanos, essa, uma raça inferior. Derrotar os mutantes significaria a união dos humanos, uma paz constante. Bitch please, utopia é impossível para a raça humana, certo? Os mutantes do universo dos X-Men, assim como outros heróis, trazem a mensagem da harmonia entre as diversidades. Sempre haverá diversidades, precisamos compreendê-las e harmoniza-las, para que talvez, tenhamos uma chance de viver em uma utopia.

Mas o Erick ‘tá preso, como faz? O Wolverine conhece um cara. E esse cara é excelente. Aí eles introduzem o Mercúrio. Um jovem agitado que gosta de desafios. Acredito que muitos estavam com medo do personagem por conta de seu visual. Encaixá-lo nos anos 70 fez com que o cabelo e roupa prateados fossem suavizados. Mas nada tira a atenção do visual quanto a cena do “resgate” ao Magneto. É de encher os olhos, dar gargalhadas, e se maravilhar com a fotografia, carisma e inteligência do personagem. A cena me deixou curiosíssimo para saber o que a Marvel Studios irá aprontar com sua versão do mutante-vingador.

A partir deste ponto, entramos no desenvolvimento das motivações dos personagens. Focamos na linha temporal dos anos 70. Mística continua sempre furtiva, Magneto quer tomar medidas drásticas, e Charles saí da deprê, e mostra sinais do Professor X que conhecemos. Rumo aos finalmente... Mística, muito furtiva, acaba por estar bem próximo do presidente Nixon. Magneto, com todo seu poder, saí em busca de destruir aqueles responsáveis pela potencial destruição dos mutantes. E Charles, tenta a apaziguar tudo, como sempre. Os três atores estão excelentes com suas cargas dramáticas. O Magento de Fassbender chega a me intimidar. Ele demonstra bem a raiva que sente. J-Law demonstra o quão Mística quer vingar e depois “pertencer” ao seu grupo de semelhantes. Mutants and Proud. James Mcavoy imprime um Charles abatido, sem esperanças, mas que felizmente “fica de pé” por suas ideologias.

Até então, nada novo para o universo de acontecimentos dos X-Men, exceto por como os eventos ocorrem, e a alternância com o futuro, onde as sentinelas aprimoradas atacam, com violência extrema, os mutantes remanescentes. Não irei detalhar, você tem que ir ver no cinema. A interação de poderes é o ponto alto das cenas no futuro.

Posso dizer que foi um mix de emoções intensas. Ver um personagem querido, mesmo que de forma recente, morrer novamente, foi tão triste e doído como da primeira vez, e olha que dá primeira vez nem “aconteceu” efetivamente.

Indo para os minutos finais, com a cronologia reescrita, ver a escola de mutantes funcionando, e de volta com atores e personagens queridos, é de uma emoção tamanha. É como se fosse me dado uma nova oportunidade de viver tudo de bom que vivi, dessa vez errando menos e aproveitando mais as pessoas ao me redor. E é por isso que viagens no tempo me fascinam imensamente, e sempre terão algumas horas do meu tempo.

Com o roteiro simples, que passa claramente os planos, intenções, e motivações dos personagens, X-Men DoFP não me pareceu querer ser ambicioso, como um determinado monstro gigante que deu as caras, mesmo que por poucos minutos, recentemente. É um blockbuster honesto, bem humorado e emocionante. Este filme reescreve a cronologia furada da franquia, e assim como o First Class, dá um novo ar de possibilidades para uma nova geração de personagens e atores. Se a revitalização dos X-Men foi planejada ou não, eu só quero que continuem fazendo um excelente trabalho, assim como fizeram com este. Um abraço para Bryan Singer.

P.S.: Tem uma cena after credits. Aquela beeeem no final, antes de desligarem a tela.