CONTÉM SPOILERS
Sabe onde eu tô? No chão, abaixo de quilos de neve, trincando como vidro, de frio e admiração. Que história fantástica senhores! Minha expectativa estava no teto, pois Black Mirror é sinônimo de qualidade, surpresa, reflexão, ficção científica, açúcar, tempero, e tudo que há de bom! A nova tecnologia apresentada nesse especial é fantástica! Enxergo como uma proposta avançada do grão, que além de gravar imagens e sons, gera um clone digital. Vimos o uso pessoal e coletivo.
O pessoal me pareceu mesquinho e violento. Violento por conta do choque inicial e falta de sensibilidade com o clone. Mas como não achar violento? Como desligar a associação com um ser humano, ou inteligente? BM questionando o que é ser humano, ou inteligente, ou orgânico... Quem não merece sofrer? Linhas de código? Animais? Plantas? Quem tem vida? Perguntas mil!
Já no coletivo, a tecnologia foi usada na luxúria humana e para resolver os dois crimes de negligência. O segundo pareceu de grande auxílio, e terminou de forma sofrível para ambos criminosos. Acho que menos sofrível para o Hamm, pois ele ainda pode se isolar na natureza e andar livremente, mesmo que ouvindo ruídos sinistros. Já Spall está no pior do manicômios, e quem sou eu para dizer se é justo ou não? Só posso dizer que na situação daquele clone digital estaria num sofrimento absurdo, se é que posso dizer isso de linhas de código, rs. E sobre a luxúria, achei o caso mais leve e possível de acontecer, se é que já não acontece com os Google Glass da vida.
E esse block na vida, eim? Inevitável lembrar dos blocks atuais nas redes sociais. Que coisa triste fazer aquilo com alguém sem conversar propriamente. Entendo que no calor do momento pode até rolar, mas poxa, é covardia deixar uma pessoa como o personagem do Spall blockeado por tanto tempo. Já no personagem do Hamm achei plausível a punição. Não poder ouvir alguém cantar, falar, ou simplesmente ver outro humano são punições que eu faria de tudo para não tê-las. Inevitável lembrar tbm a punição no episódio White Bear, que foi mais psicologicamente sofrível.
Enfim, precisamos de mais Black Mirror.
P.S.: As músicas de natal só deixaram as cenas mais sombrias.