CONTÉM SPOILERS
O início, como todo os termos técnicos podem afastar o
telespectador. Com poucas falas já entendemos que está ocorrendo vários
sequestros de aeronaves e que ninguém faz ideia do que seja. Sendo assim, acho
que um maior tempo de tela para os passageiros do voo 93 seria mais proveitoso.
Mas até que os passageiros ganhem maior tempo de tela no filme,
os momentos onde os controladores e militares recebiam a notícia dos ataques ao
pentágono e as torres gêmeas eram tocantes. Ver a reação do povo àquela catástrofe
sem saber o que pensar, desnorteados, deve ter sido um susto e tanto.
Em 2001 tinha 7 anos. Não tinha cabeça pra entender os
acontecimentos, só queria ver meus desenhos na Globo. Em 2006 tinha 12 anos.
Não tinha ideia de que esse filme existia e pouco interesse sobre o
acontecimento. Em 2014 estou pra completar 20 anos. Estou completamente abalado
com o drama daqueles passageiros. Só quem viveu aquilo sabe da real intensidade
daqueles acontecimentos. E os familiares e amigos que receberam a ligação? Não
sei o que devia ter passado na mente deles, além de tristeza.
Torci para os passageiros sobreviverem, mesmo com meu consciente sendo
preparado para um final triste. O final, com o ataque dos passageiros, foi
apavorante. Muita tensão e desespero. Sentado na cama, arrancando cabelos, lágrimas
nos olhos e com o corpo inclinado para a frente vibrando por cada sucesso na
ação dos passageiros. Radicais religiosos fogem ao equilíbrio e são uma ameaça
constante. Agora compreendo todas as medidas tomadas pelos americanos em
relação a estrangeiros. Eles não podem, em qualquer possibilidade, deixar
aquilo acontecer novamente.
Cheguei nesse filme por Capitão Phillips e por Paul Greengrass. Paul fez um
ótimo trabalho em ambos. Pretendo conferir mais trabalhos dele. Não tinha
simpatia com o 11 de setembro, mas também não era indiferente ao acontecimento.
Depois de United 93 encaro o acontecimento com compaixão para todos os
afetados, diretamente, ou indiretamente.